domingo, 17 de abril de 2011

Retenção de Mercadorias para Reclassificação Fiscal Caracteriza Cobrança Coercitiva

AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. DESEMBARAÇO ADUANEIRO. RECLASSIFICAÇÃO FISCAL. RETENÇÃO DAS MERCADORIAS INDEVIDA. SÚMULA 323/STF. ABANDONO. NÃO CONFIGURAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DE PROVIMENTO LIMINAR DE LIBERAÇÃO DE MERCADORIA (ARTIGO 7º, PARÁGRAFO 2º, DA LEI 12.016/2009).

 

1. Mostra-se indevida a retenção da mercadoria internalizada pela agravante por prazo superior ao necessário à sua conferência física e fiscal. A obstaculização do desembaraço aduaneiro constitui meio coercitivo de cobrança de tributo, hipótese vedada pela Súmula 323 do STF, verbis: "É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos.". (g.n.)

 

2. O não acatamento da imposição da autoridade aduaneira no sentido de retificação da Declaração da Importação não pode ser entendido como abandono a ensejar a aplicação da pena de pedimento prevista no artigo 23 do DL 1.455/76.

 

3. A liberação imediata de mercadoria retida encontra óbice na legislação do mandado de segurança, especificamente no artigo 7º, parágrafo 2º, da Lei 12.016/2009.

 

4. Agravo parcialmente provido.

(Trf da 4ª reg.,Processo: 5002636-16.2011.404.0000, Data da Decisão: 23/03/2011 ,Fonte D.E. 24/03/2011)

Fonte: TRF da 4 Reg.

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