Maurício GodoiViviane Ávila
São Paulo - O crescimento de 14,3% do PIB Industrial da China tem reflexos nos resultados das exportações de commodities da indústria brasileira. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), os embarques nacionais de minério de ferro (processado ou bruto) e de celulose de mercado para o país asiático continuam em curva ascendente desde o começo do ano. No caso do minério de ferro, as vendas subiram 120% em valor e o produto florestal utilizado para a fabricação de papel registra alta de 4,25% nos primeiros seis meses de 2011 comparados a igual período do ano passado.
O minério de ferro foi, de longe, o produto mais exportado pelo Brasil para a China, movimentando de janeiro a junho deste ano US$ 8,6 bilhões, ante US$ 3,9 bilhões no mesmo período no ano passado. Em junho o Brasil exportou 50% mais minério de ferro que em junho de 2010.
Para o mundo, de janeiro a junho o Brasil exportou US$ 18 bilhões em minério de ferro, crescimento superior a 90% em relação ao mesmo período do ano passado. Ou seja, só a China respondeu por quase metade das vendas. A participação na pauta exportadora brasileira deu um salto de 50%, passando de 10% para 15%.
Um dos fatores que elevou os valores foi a mudança da fórmula da precificação implementada pelas mineradoras. Desde o ano passado, as três mineradoras abandonaram o sistema anual de precificação utilizado por décadas, em favor de uma precificação trimestral.
No mercado de celulose os envios à China em 2011 somaram US$ 495,798 milhões até o final de junho, ante os US$ 475.6 milhões registrados em igual período do ano anterior. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Celulose e Papel (Bracelpa) consolidados até maio, o país oriental era o destino de 26% das exportações desse produto fabricado no Brasil, com uma alta de 7% na comparação com 2010. O maior destino ainda é a Europa com 46,56% das vendas de celulose branqueada de fibra curta. A América do Norte fica com 17%, outros países da Ásia e a Oceania representam 8,64% e a soma das vendas para a América Latina e África não chega a 1,3% das exportações.
Essa pauta reflete no preço do mercado internacional. Os embarques para a Europa apresentam os maiores valores. De acordo com o índice Foex, a celulose de mercado de fibra curta está cotada a US$ 854,82 por tonelada, alta de pouco mais de US$ 5 se comparada ao início do ano.
As duas maiores produtoras de celulose do Brasil, a Suzano e a Fibria, já previam ainda no segundo trimestre deste ano que o mercado deveria manter preços estáveis em função da demanda chinesa que apresentava certa irregularidade. Esse comportamento pode ser verificado nos volumes enviados àquele país que oscilaram entre US$ 58 milhões no mês passado e US$ 103,7 milhões (pico das exportações) no mês de março.
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