segunda-feira, 4 de julho de 2011

Governo estuda elevar meta de exportações outra vez

DCI 04/07/11 - 00:00 > COMÉRCIO EXTERIOR


Karina Nappi

 
São Paulo - Os números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior (Mdic) do primeiro semestre deste ano apontam que as exportações alcançaram o valor recorde de US$ 118,306 bilhões, o que representa quase a metade da meta para o ano, que é de US$ 245 bilhões.

"O resultado foi surpreendente, ele cresceu em função dos preços. Mas não podemos criticar, o mercado está comprando mais commodities, ao mesmo tempo que vende menos manufaturados", opina o professor da ESPMJosé Eduardo Amato Balian.

Contudo, o secretário Executivo do Mdic, Alessandro Teixeira, revelou que o governo está estudando uma nova previsão para as exportações brasileiras, um novo aumento para este ano. Mas, Teixeira não informou para quanto a meta pode ser revisada.

"A tendência é que [a meta] seja revista. Nada pode ser garantido 100%, mas a tendência é que seja revista a meta", declarou ele.

"É muito razoável termos uma nova projeção, mas esse aumento está baseado nos preços dos produtos, deve aumentar; contudo, é arriscado, pois os preços podem cair de uma hora para outra. Precisa de um trabalho mais forte do governo para ampliar o número de acordos para quando cair o preço de commodities o Brasil conseguir substituir por produtos manufaturados", diz Balian.

As vendas brasileiras no primeiro semestre do ano, pela média diária, foram de US$ 954,1 milhões, valor 31,6% maior que o do mesmo período de 2010. Já as importações fecharam o período em US$ 105,321 bilhões (média diária de US$ 849,4 milhões), resultado 28,5% maior, considerando-se o mesmo critério.

As vendas externas de produtos básicos cresceram 44% no acumulado de 2011, para US$ 56,17 bilhões, enquanto que as exportações de produtos manufaturados e semimanufaturados subiram 21,8% no período, para US$ 59,55 bilhões.

"Mas a gente não sabe se essa alta de preços é estrutural ou conjuntural", ressaltou Teixeira.

Apesar do forte crescimento das vendas de produtos básicos, impulsionado pela alta dos preços, Teixeira observou que as exportações de produtos manufaturados avançaram 19,1% no primeiro semestre - acima da previsão do Fundo Monetário Internacional de expansão de 18% nas vendas externas mundiais.


"A estrutura de pauta de exportações não é tão afetada quanto outros países. Produzimos máquinas e equipamentos na área agrícola. A Europa precisa comprar máquinas e equipamentos. A pauta brasileira está bem enquadrada dentro da demanda mundial. A despeito de o nível de desemprego ter aumentado na União Europeia, eles têm aumentado compras de transporte público. E o Brasil é o principal produtor de ônibus", concluiu ele.

De janeiro a junho de 2011 (124 dias úteis), o superávit comercial foi de US$ 12,985 bilhões e a média por dia útil, de US$ 104,7 milhões. O saldo comercial é 63,3% maior que o do mesmo período de 2010, na comparação pelo resultado médio diário.

A corrente de comércio totalizou US$ 223,627 bilhões, com média diária de US$ 1,803 bilhão. Na comparação com a média diária do primeiro semestre de 2010, houve aumento de 30,1%.

No acumulado de 12 meses até junho deste ano, a balança acumula um superávit de US$ 25,292 bilhões, com embarques de US$ 231,034 bilhões e compras de US$ 205,742 bilhões. Entre julho de 2009 e junho de 2010, o saldo havia sido positivo em US$ 19,254 bilhões.

"Temos de aproveitar esse momento econômico, aproveitar que o que mais vendemos está mais valorizado, vamos explorar", pondera Balian.

 

Resultado mensal

O mês de junho de 2011 registrou saldo comercial positivo de US$ 4,430 bilhões, com valor médio diário de US$ 211 milhões. O superávit do período é 31,6% maior que o de maio deste ano, e está 95,4% acima do registrado em junho do ano passado, na comparação pela média diária.

Nos 21 dias úteis do mês, as exportações totalizaram US$ 23,692 bilhões, fechando com média diária de US$ 1,128 bilhão. Por esse critério, o resultado é maior que o verificado no mês passado (6,9%) e em junho de 2010 (38,6%).

Nas importações (US$ 19,262 bilhões e média diária de US$ 917,2 milhões) houve crescimento pelo resultado médio diário de 29,9% em relação a maio de 2011 e 2,5% considerando-se junho do ano passado.

Como resultado da soma das exportações e importações, a corrente de comércio foi de US$ 42,954 bilhões, com média diária de US$ 2,045 bilhões.

3.954Balança Comercial


 

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