segunda-feira, 19 de setembro de 2011

LINHAS PARA EXPORTAÇÃO VÃO SUPERAR RECORDES

19/9/2011 
 
 
A expectativa para o final de 2011 é de que as exportações brasileiras atinjam US$ 257 bilhões, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Junto ao crescimento da produção, eleva também a demanda por crédito. Com 37,4% de participação no mercado de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) e Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE), o Banco do Brasil estima que este será o melhor ano para o segmento, ao superar o recorde de US$ 15 bilhões em 2007. O Banco do Nordeste espera atingir US$ 950 milhões, volume excedente em 35,7 % ao ano de 2010, que somou US$ 700 milhões contratados. Apesar de vantajosa, o crédito exige análise criteriosa por parte do empresário, principalmente em momentos de oscilação do dólar, apontam analistas de comércio exterior.

O ACC se caracteriza como a principal linha para o exportador e funciona como uma antecipação de recursos em moeda nacional (R$), por conta de uma exportação futura. Já o ACE é uma antecipação em reais após o embarque da mercadoria. Segundo números do Banco Central até julho, disponibilizados em real, o saldo de ACC é de R$ 37,283 bilhões, alta de 27% ante dezembro de 2010, quando ficou em R$ 29,351 bilhões. Em relação a julho de 2010, o saldo é superior em 24,6%.

Para José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), empréstimos por ACC são extremamente vantajosos para o exportador. "O custo é baixo, pois é vinculado às taxas de juros internacional [Libor], e não paga Imposto sobre Operações Financeiras [IOF] Além disso, é desburocratizada e ágil". Os números do Banco Central revelam, inclusive, alta nas concessões diárias entre julho de 2011 e de 2010, de 55,6%, para R$ 335 milhões.

O presidente da AEB explica que na situação atual, de oscilação do dólar, o empresário precisa realizar uma análise do melhor momento para solicitar o empréstimo, porque a taxa de câmbio é fixada no fechamento do contrato. "Com alta do dólar, o impacto é negativo para quem fechou, porque a taxa não muda ".

O gerente-executivo da Diretoria de Negócios Internacionais do Banco do Brasil, Wladimir Olchenski, afirma que há sensibilidade ao preço da moeda. "Quando o dólar aumenta, elevam as contratações, principalmente no middle market (médias empresas), que aproveitam o momento para obter o crédito. As grandes não são tão sensíveis, porque têm política de crédito definida". O volume de contratações do BB permite que a instituição financeira alcance 37,4% de participação. "Tem havido uma demanda maior e há ampliação dos negócios. Isto dentro da política do banco de dar mais suporte ao exportador com o aumento da balança comercial".

O executivo explica que 2007 foi o melhor ano da carteira, com saldo de US$ 15 bilhões e 32% de participação no mercado. Em 2008 atingiu US$ 13 bilhões e em 2009 US$ 10 bilhões. "Trabalhamos com a expectativa de superar 2007. Este será o melhor ano. Até o final da primeira quinzena de setembro, o volume chegou a US$ 13,100 bilhões, superando todo o volume anual de 2008".

Com atuação regional, o Banco do Nordeste apresenta expansão significativa em crédito para exportação. Para Fernando Passos, superintendente de finanças do banco, a demanda por ACC e ACE cresce 25% ao ano desde 2007. "O que a gente tem verificado é que a economia do Nordeste avança e junto as empresas que destinam produtos para a exportação".

Ao final da primeira quinzena de 2011, o volume de recursos contratados chega a US$ 570 milhões, acréscimo de 24% ante igual período de 2010.

Passos conta que no fechamento de 2011 os recursos concedidos devem ser superiores em 35% ao último ano, quando somou US$ 700 milhões. "Como intensifica o volume em novembro por causa do Natal em diversos países, deve chegar a US$ 950 milhões no final do ano".

 


Diário do Comércio e Indústria

 

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