A corrupção é um problema de quem?
Em 06/09/12 a Controladoria Geral da União lançou o cadastro de expulsões de servidores do executivo federal, que é um banco de dados mantido pela própria CGU, o qual reúne as penalidades expulsivas aplicadas no âmbito do Poder Executivo Federal desde 2.005. Consultas podem ser feitas diretamente no site www.portaldatransparencia.gov.br/punicoes/entrada.
Dados de 11/09/2012 dão conta de 3.027 servidores cujas sanções administrativas culminaram com a aplicação de penalidades expulsivas, onde:
- 118 da Secretaria da Receita Federal (3,9%);
- 105 do Ministério da Saúde (3,5%);
- 51 do Ministério da Agricultura (1,7%).
Pelo sentimento geral do empresariado atuante no comércio exterior este número pode parecer pequeno, mas vale a pena perguntar o seguinte: ao invés de somente criticar o número apresentado, o que pode ser feito individualmente no sentido de contribuir com o fim da corrupção?
As ações contrárias à corrupção são comodamente terceirizadas pela maioria dos empresários, agem como se estivessem assistindo a um filme onde não tem inferência sobre seu desfecho ou como não se tratasse de um problema, pois já que não existe solução passou a tratar-se apenas de uma situação com a qual se tem que conviver.
Citar os corruptores é uma grande perda de tempo, pois os mesmos não tem intenção que a situação atual seja alterada, na verdade quanto mais corrupção melhor e sem desculpas como "o mercado é assim" ou "só consigo se for deste jeito", o que define o corruptor é o ato, não os motivos que o levaram a praticá-lo.
Pagar um fiscal para fazer o trabalho dele durante o período de greve, fato largamente divulgado recentemente, para alguns parece ser melhor em qualquer aspecto analisado que contratar um advogado competente para entrar com um mandado de segurança e ter seu direito resguardado.
A conta aqui não é meramente econômica, é uma questão de princípios!
Na busca de postura e ação positivas frente ao problema, não é necessário agir como Diógenes a procura de um homem honesto deixando todo o restante para trás, muito menos ir ao extremo de colocar a empresa ou a si próprio em risco e sim acreditar que a virtude é melhor revelada nas ações e não apenas teoricamente.
Todo negócio tem sua particularidade, cada empresa também, mudar o que está estabelecido nem sempre é uma tarefa simples, mas sempre é possível:
- Trabalhar preventivamente para afastar situações que ensejam o ato de corrupção, ou mais simplesmente, trabalhar dentro da legalidade, se isto não for possível dentro da análise do empresário ainda assim é possível reavaliar se está atuando no ramo de atividade correto. Se ainda assim achar que é o ramo de atividade correto se assuma como corruptor e deixe de criticar a corrupção;
- Mudar de local de desembaraço aduaneiro, buscando localidades onde não exista este tipo de ocorrência;
- Escolher com muito critério os intervenientes aduaneiros;
- Utilizar os canais de denúncia se mantendo anônimo obviamente, como os abaixo listados:
http://www.agu.gov.br/sistemas/site/PaginasInternas/Ouvidoria/Principal.aspx ;
http://www.cgu.gov.br/Denuncias/FormularioDenuncia.asp ;
http://www.receita.fazenda.gov.br/principal/ouvidoria.htm ;
http://www.dpf.gov.br/servicos/fale-conosco .
Respondendo a pergunta do título deste texto, (A corrupção é um problema de quem?), é de todos nós.
Abraços,
Eng. Marcelo Ferrer
DM8 - Soluções em Comércio Exterior
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