Deslealdade cambial da China é alvo do País
Karina Nappi
São Paulo - A China poderá ser o próximo parceiro comercial a sofrer retaliações do governo brasileiro. O motivo, neste caso, é a questão da moeda chinesa desleal, que não possibilita à indústria nacional uma competitividade real. A afirmação é do presidente da Associação Brasileira de Comércio exterior, Roberto Segatto.
De acordo com o executivo, o governo de Dilma Rousseff deve impor preços de referência para os produtos, cuja maioria é de manufaturados.
Essa medida seria mais um sinal da mudança de postura do governo brasileiro em relação a seus mais problemáticos parceiros comerciais, como Argentina, Rússia e União Europeia.
No último mês, o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) resolveu tomar medidas para proteger a indústria nacional e começou a "dar o troco na mesma moeda" frente às decisões protecionistas de seus parceiros comerciais.
A forma mais eficaz por enquanto tem sido a aplicação das licenças não automáticas e os anúncios de dumping. "A posição do governo frente aos atos dos seus parceiros acontece no momento em que as importações estão aumentando de forma desproporcional e a indústria nacional está sendo extremamente prejudicada, a ponto de virar montadora, e não produtora de produtos. As medidas estão sendo eficazes, mostram que temos bala na agulha e que vamos retrucar na mesma proporção", pondera Segatto.
O diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Gianetti da Fonseca, afirmou na sexta que o déficit comercial do Brasil de produtos manufaturados deve crescer de US$ 70 bilhões em 2010 para US$ 100 bilhões neste ano.
13/06/11 - 00:00 > POLÍTICA ECONÔMICA
DCI
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