domingo, 28 de agosto de 2011

Uruguai aceita negociar cotas de importação

26 de agosto, 2011 - 06:13

Mônica Costa

 
 
Ministros da Agricultura e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio participarão de encontro com setor para definir limite para entrada de produtos


Os ministros Mendes Ribeiro, do Ministério da Agricultura (Mapa) e Fernando Pimentel, do  Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio  (MDIC), participarão, na próxima terça-feira, 30, de uma reunião com os membros da subcomissão do leite para definir a cota para a importação de leite e derivados do Uruguai. Depois de muitas tentativas, os uruguaios aceitaram negociar com o Brasil as cotas de importação de lácteos vindos daquele país. A decisão foi tomada nesta semana e intermediada pelo MDIC.

Segundo o deputado Alceu Moreira, relator da subcomissão do leite na Câmara, as negociações terão início após o encontro com os ministérios. "Precisamos do aval do governo para concretizar um acordo entre os setores privados" disse o parlamentar. Os representantes do setor lácteo nacional querem estabelecer como teto uma cota de até 1,2 mil toneladas de leite e derivados do Uruguai. 

A disposição do país vizinho em negociar foi considerado um avanço. De acordo com Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as negociações com o Uruguai são mais difíceis, porque a exportações de produtos lácteos estão entre os principais itens da pauta daquele país.

Segundo Alvim, sem um controle de importação, o volume de laticínios provenientes do Uruguai saltou de 20% para 55% do total importado pelo Brasil entre os meses de janeiro e julho.

Outro avanço da negociação refere-se às cotas argentinas. "Se o Uruguai abrir para as negociações teremos mais força para estabelecer um novo acordo com a Argentina", afirmou Vicente Nogueira, coordenador das câmaras temáticas de leite da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB).

Um acordo estabelecendo uma cota de 3,3 mil toneladas mensais de leite e derivados importados da Argentina foi estabelecido em 2009 e renovado em 2010. Agora, a renovação do acordo tem sido dificultada por Buenos Aires. Além de sugerir um aumento da cota mensal para 4 mil toneladas, os argentinos se recusam a voltar para as negociações se uma cota não for estabelecida também para o Uruguai.

Este ano, o aumento das importações de lácteos no mercado interno já registrou um recorde. De acordo com dados do MDIC, entre janeiro e julho a receita com importação de leite e derivados chegou a US$ 371,9 milhões, e superou em 13,76% o valor obtido entre janeiro e dezembro do ano passado, que ficou em US$ 326,9 milhões.


Fonte: Portal DBO

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