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24/08/11 - 00:00 > POLÍTICA ECONÔMICA
milton paes
Campinas - A indústria da região metropolitana de Campinas (RMC) continuou crescendo no primeiro semestre deste ano, mas com uma desaceleração quando comparada a igual período do ano passado. A boa notícia é que não há indícios, na visão dos empresários, de um cenário recessivo. Foi o que revelou a pesquisa sondagem industrial realizada pelo Centro de Pesquisas Econômicas da Faculdades de Campinas (Facamp) em parceria com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), regional Campinas.
A sondagem identificou que entre os empresários industriais da RMC, apesar das más notícias que cercam o cenário com relação ao câmbio e aos rumos da economia mundial, 70% ainda estão confiantes no futuro e vão manter ou ampliar os investimentos planejados, Esse número ficou apenas 5% menor do que o verificado no primeiro semestre do ano passado.
Para o vice-diretor do Ciesp de Campinas, José Nunes Filho, a pesquisa evidencia que os empresários continuam lutando. "A iniciativa privada tem um poder de lutar conta a diversidade. Apesar de toda a situação negativa do dólar baixo, que abre as portas para o importado barato; de terem perdido margens na exportação; de terem perdido negócios com toda essa concorrência desleal, o empresário continua lutando, investindo e contratando", diz Nunes Filho. "No entanto, vai ganhando cada vez menos, e as margens, encolhendo. Isso se reflete diretamente na rentabilidade e pode ser um risco e um sinal vermelho de que as empresas estão chegando no limite do que podem aguentar", acrescenta.
Ele destaca também o problema da desindustrialização. Segundo o vice-diretor do Ciesp de Campinas, várias indústrias da região estão deixando de produzir para importar produto pronto. De acordo com Nunes Filho, o montante entra no faturamento das indústrias, mas não é uma produção delas. Esse quadro vem se intensificando cada vez mais já que para sobreviver estão optando pela aquisição do produto acabado via importação.
"Se o industrial perde o seu negócio, não existe possibilidade de recuperação. Uma vez que o empresário para de produzir aqui e começa a comprar um produto acabado de um outro país - como a China - é difícil ter escala, tecnologia moderna ou inovação.Dessa forma, ele não vai conseguir competir no mercado interno com o produto chinês, que leva vantagem em produtividade, competitividade e em escala de produção", diz.
A sondagem industrial do Ciesp de Campinas mostra pontos preocupantes por conta da interferência negativa das atuais taxas de câmbio nos negócios industriais e também pela elevação expressiva da inadimplência.
Comparando o primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2010, houve um crescimento de aproximadamente 20 pontos percentuais na inadimplência, passando de 12,8% para 31,9%. No mês de junho de 2011 o índice de inadimplência era de 20,8% e no mês de julho passou para 73,9% - um aumento de 53,1 pontos percentuais.
Com relação a capacidade instalada de produção, os números estão ligeiramente inferiores neste primeiro semestre em comparação ao mesmo período do ano passado, mas bem superiores em relação ao primeiro semestre de 2009. De acordo com o levantamento, 29,1% dos empresários utilizaram entre 80,1% e 100% de sua capacidade instalada neste ano. Na comparação com o primeiro semestre de 2010 houve uma redução de quatro pontos percentuais e em relação a 2009, uma elevação de 15,3%. O percentual de empresários que participaram da pesquisa e disseram utilizar sua capacidade instalada entre 70,1% e 80% foi de 28,5% nesse semestre - uma pequena queda em comparação com o mesmo semestre de 2010, no qual o índice havia sido de 31,5%.
Quando comparado ao primeiro semestre de 2009, o percentual cresceu passando de 24,8% em 2009 para 28,5% em 2011. Na comparação com julho deste ano, no mês de agosto 19,6% dos empresários afirmaram utilizar a capacidade instalada de produção entre 80,1% e 100% - índice ligeiramente superior a junho que foi de 18,7%.
Em relação aos custos trabalhistas, 65,2% das empresas verificaram que estes custos permaneceram inalterados; 32,6% indicaram que houve uma diminuição e 2,2% apresentaram um aumento destes custos.
Para os custos de matérias-primas, 56,5% das empresas apontaram que permanecem inalterados, enquanto que 37% afirmaram que diminuíram e apenas 6,5% que os custos aumentaram. Com relação aos custos de energia elétrica, água, componentes ou peças, uma parte expressiva das empresas ouvidas pela pesquisa - ou seja, 56,5% - verificaram que estes custos permaneceram inalterados. Outros 34,8% consideraram que houve uma redução de custos e 8,7% registraram aumento desses valores.
A sondagem identificou que entre os empresários industriais da RMC, apesar das más notícias que cercam o cenário com relação ao câmbio e aos rumos da economia mundial, 70% ainda estão confiantes no futuro e vão manter ou ampliar os investimentos planejados, Esse número ficou apenas 5% menor do que o verificado no primeiro semestre do ano passado.
Para o vice-diretor do Ciesp de Campinas, José Nunes Filho, a pesquisa evidencia que os empresários continuam lutando. "A iniciativa privada tem um poder de lutar conta a diversidade. Apesar de toda a situação negativa do dólar baixo, que abre as portas para o importado barato; de terem perdido margens na exportação; de terem perdido negócios com toda essa concorrência desleal, o empresário continua lutando, investindo e contratando", diz Nunes Filho. "No entanto, vai ganhando cada vez menos, e as margens, encolhendo. Isso se reflete diretamente na rentabilidade e pode ser um risco e um sinal vermelho de que as empresas estão chegando no limite do que podem aguentar", acrescenta.
Ele destaca também o problema da desindustrialização. Segundo o vice-diretor do Ciesp de Campinas, várias indústrias da região estão deixando de produzir para importar produto pronto. De acordo com Nunes Filho, o montante entra no faturamento das indústrias, mas não é uma produção delas. Esse quadro vem se intensificando cada vez mais já que para sobreviver estão optando pela aquisição do produto acabado via importação.
"Se o industrial perde o seu negócio, não existe possibilidade de recuperação. Uma vez que o empresário para de produzir aqui e começa a comprar um produto acabado de um outro país - como a China - é difícil ter escala, tecnologia moderna ou inovação.Dessa forma, ele não vai conseguir competir no mercado interno com o produto chinês, que leva vantagem em produtividade, competitividade e em escala de produção", diz.
A sondagem industrial do Ciesp de Campinas mostra pontos preocupantes por conta da interferência negativa das atuais taxas de câmbio nos negócios industriais e também pela elevação expressiva da inadimplência.
Comparando o primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2010, houve um crescimento de aproximadamente 20 pontos percentuais na inadimplência, passando de 12,8% para 31,9%. No mês de junho de 2011 o índice de inadimplência era de 20,8% e no mês de julho passou para 73,9% - um aumento de 53,1 pontos percentuais.
Com relação a capacidade instalada de produção, os números estão ligeiramente inferiores neste primeiro semestre em comparação ao mesmo período do ano passado, mas bem superiores em relação ao primeiro semestre de 2009. De acordo com o levantamento, 29,1% dos empresários utilizaram entre 80,1% e 100% de sua capacidade instalada neste ano. Na comparação com o primeiro semestre de 2010 houve uma redução de quatro pontos percentuais e em relação a 2009, uma elevação de 15,3%. O percentual de empresários que participaram da pesquisa e disseram utilizar sua capacidade instalada entre 70,1% e 80% foi de 28,5% nesse semestre - uma pequena queda em comparação com o mesmo semestre de 2010, no qual o índice havia sido de 31,5%.
Quando comparado ao primeiro semestre de 2009, o percentual cresceu passando de 24,8% em 2009 para 28,5% em 2011. Na comparação com julho deste ano, no mês de agosto 19,6% dos empresários afirmaram utilizar a capacidade instalada de produção entre 80,1% e 100% - índice ligeiramente superior a junho que foi de 18,7%.
Em relação aos custos trabalhistas, 65,2% das empresas verificaram que estes custos permaneceram inalterados; 32,6% indicaram que houve uma diminuição e 2,2% apresentaram um aumento destes custos.
Para os custos de matérias-primas, 56,5% das empresas apontaram que permanecem inalterados, enquanto que 37% afirmaram que diminuíram e apenas 6,5% que os custos aumentaram. Com relação aos custos de energia elétrica, água, componentes ou peças, uma parte expressiva das empresas ouvidas pela pesquisa - ou seja, 56,5% - verificaram que estes custos permaneceram inalterados. Outros 34,8% consideraram que houve uma redução de custos e 8,7% registraram aumento desses valores.
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