Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Produtos Automotivos (Abidipa) entende que a recente decisão do governo da Argentina de criar medidas como o dumping (comércio desleal) para barrar a entrada de produtos estrangeiros naquele país é ineficaz e não deve surtir efeito prático para a economia local. "O Brasil tentou a mesma medida há dois anos e meio e os resultados têm sido incipientes", diz Rinaldo Siqueira Campos, presidente da Abidipa. Este ano, o governo da Argentina aumentou de 400 para 600 itens a lista de produtos que precisam de licenças prévias de importação. De acordo com Siqueira Campos, o ideal seria barrar a entrada de mercadorias subfaturadas e qualquer tipo de fraude nos processos de importação, a verdadeira razão dos problemas enfrentados, tanto pelo Brasil quanto pela Argentina. "Tem produto que sai da China, por exemplo, e entra no Brasil e é vendido no mercado brasileiro com preço inferior ao preço fob da mercadoria e ainda é preciso calcular o custo da importação", considera.
O empresário cita como exemplo o pneu 295/80/R22.5 (pneu para caminhões) que custa na China, em média, US$ 330 dólares. Ao chegar ao destino final, são aplicados US$ 85 de dumping mais os custos de importação, que chegam a 80% do valor em dólar do produto. "Como é possível esse pneu ser vendido por R$ 900 no mercado brasileiro? É essa conta que o Brasil e a Argentina precisam fazer na hora de tomar medidas para proteger as fabricas nacionais e incentivar a concorrência leal", diz Siqueira Campos.
DCI
08.08.2.011
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