Foram denunciados 31 suspeitos de integrar organização criminosa.
Operação Black Ops, da PF, prendeu suspeitos, entre eles PMs e israelenses.
Segundo a PF, eles integravam uma quadrilha que atuava no Brasil e em outros países.
De acordo com o MPF, os réus vão responder pelos crimes de contrabando, facilitação ao contrabando, lavagem de dinheiro, crime contra economia popular e quadrilha armada.
Grupo cometeu vários crimes
Segundo a PF, o grupo é suspeito de crimes tributários, lavagem de dinheiro, contrabando e comércio ilegal de pedras preciosas, crime contra a economia popular, formação de quadrilha e exploração de máquinas caça-níqueis.
Na ocasião, em um comunicado divulgado pela PF os agentes se referem ao grupo como uma máfia israelense que estaria envolvida em esquemas ilícitos em diversos países. A investigação contou com o apoio de agências de inteligência de Israel, da Inglaterra e dos Estados Unidos, e durou dois anos.
O superintendente da PF no Rio, Valmir Lemos de Oliveira, disse que o israelense, que é considerado chefe do grupo, chegou a ser preso em 2006, pois havia contra ele mandados de prisão internacionais, mas a Justiça brasileira não concedeu a extradição. Na época, a PF informou que ele seria o maior traficante internacional de ecstasy. Ele era procurado pelas polícias de Israel, Estados Unidos, Uruguai e Brasil.
Há cerca de dois anos, ele voltou a ser investigado pela PF por apresentar sinais de riqueza incompatíveis com o fato de não ter trabalho fixo. Na investigação, os policiais identificaram ligações com pessoas suspeitas de integrar grupos de contravenção.
O israelense, segundo a polícia, trazia para o Brasil carros importados de forma irregular para os supostos contraventores venderem, numa situação que facilitaria a lavagem de dinheiro.
Agente da Receita Federal fotografa carros importados apreendidos em operação da Polícia Federal na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio (Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo)
Durante a operação do dia 7, vários carros importados foram apreendidos em uma concessionária na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, que pertenceria a um dos suspeitos procurados na operação e seria filho de um contraventor. Também foram encontrados dois carros de luxo num galpão em Engenho de Dentro, no subúrbio. Segundo Oliveira, além dos carros, joias e recursos financeiros também foram apreendidos, mas o valor ainda não foi divulgado.Dinheiro apreendido num galpão onde a PF
encontrou carros importados (Foto: Divulgação/PF)
O esquemaencontrou carros importados (Foto: Divulgação/PF)
A quadrilha, segundo a polícia, atua na importação de veículos de luxo usados, prática que de uma forma geral é proibida pela legislação brasileira. A pena para o crime de contrabando é de 1 a 4 anos de reclusão. Também há suspeita de sonegação fiscal nas operações comerciais de várias importadoras e revendedoras investigadas.
Investigações apontam que, entre 2009 e 2011, as empresas envolvidas na fraude fizeram, pelo menos, a importação de mais de cem veículos. Mas suspeita-se que esse número seja ainda maior, podendo chegar a mais de 500 veículos importados no período, inclusive com a participação de outras importadoras.
Segundo a polícia, a importação de carros usados só é permitida entre colecionadores, quando os veículos têm mais de 30 anos de fabricação; em casos de herança aberta no exterior; ou quando são importados por missões diplomáticas, repartições consulares e representações de organismos internacionais.
Cantores e jogadores são alvos de operação
A concessionária da Barra da Tijuca que foi alvo da operação da Polícia Federal em 14 estados e no Distrito Federal tem entre seus clientes cantores e jogadores de futebol. Escutas gravadas com autorização da Justiça mostram negociações de até R$ 1,7 milhão por uma Lamborghini.
Entre os investigados estão os jogadores Emerson Sheik, do Corinthians, Diguinho, do Fluminense, Kleberson, do Atlético Paranaense, e os cantores Latino e Belo.
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2011/10/mpf-denuncia-suspeitos-de-fraudar-importacao-de-carros-de-luxo.html
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